Pesquisadores desenvolveram uma técnica capaz de
produzir grandes volumes de matérias-primas químicas, hoje obtidas pelo
processamento dos combustíveis fósseis, a partir do biocombustível líquido mais
barato disponível atualmente.
O novo
processo transforma óleos de origem vegetal nos mesmos materiais usados na
fabricação de quase tudo na indústria química, de solventes e detergentes a
plásticos e fibras.[Imagem: Phil Badger/Renewable Oil Internatiional]
Óleo de
pirólise
Os cientistas da Universidade de Massachusetts,
nos EUA, comprovaram que é possível obter vários compostos químicos - incluindo
benzeno, tolueno, xileno e olefinas - a partir do bio-óleo pirolítico, um
combustível líquido obtido da biomassa que é muito barato.
O novo processo tem potencial para reduzir ou até
mesmo eliminar a dependência da indústria dos combustíveis fósseis. Estima-se
que a indústria desses químicos industriais movimente cifras na faixa dos US$
400 bilhões ao ano.
Os óleos de pirólise podem ser produzidos a partir
de resíduos de madeira, resíduos agrícolas e de grãos não-alimentícios.
O novo processo transforma esses óleos de origem
vegetal nos mesmos materiais usados na fabricação de quase tudo na indústria
química, de solventes e detergentes a plásticos e fibras.
Petroquímicos
verdes
A conversão de bio-óleo em compostos químicos
industriais é uma meta perseguida em todo o mundo. Mas os processos
desenvolvidos até agora tinham rendimento muito fraco para serem comercialmente
competitivos.
"Mas aqui nós mostramos como atingir um
rendimento três vezes maior do óleo de pirólise. Nós essencialmente
estabelecemos uma rota para converter os óleos de pirólise de baixo valor em
produtos com um valor maior do que os combustíveis líquidos usados em
transporte," afirmou George Huber, coordenador da pesquisa.
Em um artigo publicado na revista Science, Huber e
seus colegas mostram como fazer olefinas, tais como etileno e propileno, a
matéria-prima de muitos plásticos e resinas, além de compostos aromáticos, como
benzeno, tolueno e xilenos, usados em tintas, plásticos e poliuretano, a partir
de óleos de pirólise de biomassa.
Reação
ajustável
Os pesquisadores desenvolveram uma abordagem
catalítica integrada em duas etapas, que começa com um estágio
"ajustável" de hidrogenação de reação variável.
A segunda etapa usa um catalisador à base de
zeólitas, um mineral que tem a estrutura porosa adequada e locais ativos para
converter as moléculas da biomassa em hidrocarbonetos aromáticos e olefinas.
No artigo, os pesquisadores discutem como escolher
entre três opções, incluindo as etapas de hidrogenação de baixa e alta
temperatura, bem como a conversão com zeólitas, de forma a obter os melhores
resultados.
Os dados indicam que "a proporção de
olefinas-aromáticos e os tipos de olefinas e aromáticos produzidos podem ser
ajustados de acordo com a demanda do mercado."
Os pesquisadores construíram uma usina-piloto para
testar todas as variáveis, que já está em funcionamento, produzindo os químicos
em pequena escala.
Disponível em: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=petroquimicos-oleo-vegetal&id=010125101214
Acesso em: 13 mar. 2013.
Postado por: Regina Guimarães