Beleza e segurança na serra

Projeto especial de iluminação em estrada foi desenvolvido para garantir a segurança dos motoristas e preservar o equilíbrio do ecossistema de um dos mais belos pontos de Santa Catarina


A Serra do Rio do Rastro, conhecida como princesa dos abismos, é considerada uma das paisagens mais impressionantes do Estado de Santa Catarina e do Brasil. Consagrada como um grande atrativo turístico, a sinuosa estrada que atravessa essa região acaba de receber uma iluminação especial.


Há décadas a rodovia atrai turistas de todo o Brasil por sua beleza singular. Encravada em rocha natural, a SC 438 (Rodovia Irineu Bornhausen) contorna um cânion profundo de 1.460 metros em relação ao nível do mar. Em meio a um cenário destes, a implantação de uma instalação elétrica eficiente, que preserve o ecossistema e garanta a segurança é, no mínimo, um desafio de grandes proporções.

E foi com este objetivo que a Secretaria de Estado dos Transportes e Obras (Departamento de Estradas de Rodagem – DER) resolveu financiar um projeto concebido dentro da mais moderna tecnologia. Desenvolvida e fiscalizada pela Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) e executada pela Luminar Montagens Elétricas, a obra orçada em quase R$ 950 mil levou quatro meses para ser concluída.

O resultado é impressionante. Vista de longe à noite, a rodovia é um grande traçado luminoso que rasga a imponente serra. Quem por ela trafega encontra uma iluminação potente e direcionada diretamente para a pista, o que garante a segurança do motorista sem influir no restante do ecossistema.

É esta harmonia entre o meio ambiente e a estrada o que mais chama a atenção. A serra é mantida na escuridão, proporcionando um ambiente sem perturbações para a fauna local. Os postes são verdes e os fios não ficam expostos para não causar impacto visual na paisagem.

“Nossa intenção era criar uma estrada de luz que iluminasse apenas a pista, sem interferir na paisagem”, explica Gilberto dos Passos Aguiar, engenheiro eletricista da Celesc e responsável pelo projeto. “Este aspecto ecológico e a segurança que a obra vai trazer para a rodovia certamente contribuirão com a fomentação do turismo na região“, conclui.

Precipícios, curvas e desníveis

Além de evitar a poluição visual, uma outra preocupação do projeto foi a garantia da segurança dos animais e das pessoas, principalmente no que diz respeito aos choques elétricos. Para alcançar este objetivo, as empresas envolvidas optaram pelo tipo de instalação que mais tem se desenvolvido no País nos últimos tempos: as redes subterrâneas de distribuição de energia.

        

Enterrados dentro de dutos, estes condutores proporcionam confiabilidade total à rede e praticamente dispensam manutenções. Em outras palavras, as instalações subterrâneas significam praticidade, economia e confiabilidade.

“O grande desafio deste projeto foi driblar a dificuldade e a periculosidade das condições de trabalho que a região oferece”, conta Cleverson Francisco Zardo, engenheiro da Luminar e responsável pela execução das obras. “Os circuitos passam pelo lado de fora da mureta de proteção da estrada, à beira de um enorme abismo, o que exigiu de nosso pessoal medidas de segurança muito rígidas e grande empenho durante os trabalhos de instalação“, acrescenta.

Além de acidentado, o terreno também é rochoso e difícil de perfurar. Desta forma, foram necessários não apenas o uso de equipamentos de segurança e a adoção de medidas de proteção, mas ainda a utilização de uma aparelhagem adequada para enfrentar as adversidades do relevo.

A escolha dos materiais foi uma das principais razões do sucesso da obra. A equipe optou por soluções modernas e apropriadas. Um exemplo foi à adoção dos cabos Pirelli isolados em borracha (EPR). Foram 8 mil metros de cabos Eprotenax para a rede de alta tensão (15/25 kV, seção 35 mm²) e outros 30 mil metros de cabos flexíveis Eprotenax Gsette para as instalações de baixa tensão (0,6/1 kV, seção 25 mm²). Com ótima aceitação entre os instaladores, os cabos Eprotenax Gsette estão no mercado nacional há três anos e neste espaço de tempo já se tornaram um sucesso de vendas.

“Trabalhamos com a Pirelli há anos e sempre recorremos à confiabilidade e alta qualidade de seus produtos”, conta Gilberto, da Celesc. “Esta garantia de qualidade é fundamental em um projeto tão complexo e de tamanha responsabilidade”, complementa Cleverson, da Luminar.

Ligando o litoral e a serra

Hoje o turismo é o principal foco da Serra do Rio do Rastro, mas a origem desta trilha está relacionada também ao progresso da economia e à expansão do Estado. Os primeiros habitantes do local foram os índios Kaingangs e Xoklengs, do ramo Tapuia, que ali desfrutavam de abundante fonte de alimentação, com destaque para os pinhões da serra e os peixes do litoral.

A partir do ano 1700 os primeiros portugueses subiram a serra e lá já encontraram a Cruz de Lorena, pertencente aos guaranis missionários. Antiga trilha de tropeiros nos anos 20, a serra era o caminho mais próximo entre a região serrana e o litoral do Estado, onde o transporte de mercadorias era feito nos lombos de mulas. Esta atividade ajudou a delinear o atual traçado da estrada, que na década de 50 passou a fazer parte da Rodovia Irineu Bornhausen, ligando a cidade de Orleans (Sul do Estado) ao município de São Joaquim (Planalto Serrano). Nos anos 80 a estrada recebeu 16,8 km de pavimentação asfáltica e outros 6,9 km de pavimentação de concreto.

Iluminação funcional e harmônica

Confira os números da instalação na Serra do Rio do Rastro:

6,9 km de rede elétrica subterrânea, para obter o mínimo impacto visual e dar maior segurança aos equipamentos envolvidos, aos usuários da estrada e à fauna local;

12 km de rede aérea reformada, visando à expansão do sistema e garantia do desenvolvimento da região;

220 postes de aço galvanizado com 9 metros de altura e diâmetro reduzido, fixados externamente nas defensas da pista, por meio de chumbadores e braçadeiras com base assimétrica. Esta instalação delimita com luz o espaço físico e orienta os motoristas nos locais de risco;
 
11 transformadores 15 kVA monofásicos protegidos por cabines especiais contra vandalismo;
  
220 luminárias de vapor de sódio, mais eficientes que as lâmpadas de vapor de mercúrio (brancas), com ângulo de luminosidade voltado diretamente para a pista;

1,16 km de rede de baixa tensão aérea com iluminação convencional;


30 refletores especiais para iluminação da Santinha (no início da serra) e do Mirante, principais pontos de visitação turística da estrada;


Acesso em: 01 jul. 2011.

Postado por: Regina Guimarães

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