Árvore artificial

As árvores são máquinas eficientes que transformam a energia do sol em celulose. Nesse processo, absorvem gás carbônico da atmosfera e soltam oxigênio. Nossa respiração é o contrário: absorvemos oxigênio e devolvemos o gás carbônico para a atmosfera.

A industrialização aumentou muito a concentração de gás carbônico na atmosfera. Neste século, a quantidade de gás carbônico no ar vai dobrar e esse gás invisível tornou-se o grande vilão da natureza, por causa do efeito estufa.

Dentro de uma estufa faz calor, mesmo no inverno, porque a energia do sol atravessa os vidros, mas uma parte fica presa lá dentro. O calor não volta para a atmosfera. O gás carbônico tem o mesmo efeito. Não deixa a luz solar voltar para o espaço e a Terra vira uma imensa estufa, cada vez mais quente.

Com o aquecimento do planeta, o gelo dos pólos já está derretendo. Pedaços das geleiras da Antártica estão caindo no mar. Quando muito gelo derreter, a água do mar começará a subir. A previsão é de um metro ou mais até o fim do século. Muitas cidades costeiras serão inundadas.

O aquecimento também torna mais intensas as secas, as enchentes, os furacões.

Uma solução para o problema seria reduzir a queima de combustíveis, o que ficou acertado num acordo em Kyoto, no Japão. Mas os Estados Unidos não aceitam isso. E é o país que produz um quarto dos gases que causam o efeito estufa.

O aquecimento da atmosfera e seus efeitos desastrosos parecem inevitáveis. Mas um cientista em Nova York teve uma idéia que pode ajudar a resolver o problema: a árvore artificial. As árvores que existem na natureza absorvem o gás carbônico que os carros e as fábricas jogam no ar. Se fizermos árvores mais eficientes, que absorvam muito mais, talvez seja possível limpar a atmosfera e manter no futuro as temperaturas atuais.

O geofísico Klaus Lackner é alemão, radicado nos Estados Unidos há muitos anos. Trabalha no Instituto da Terra na Universidade Columbia.

A invenção dele começou com um desenho: a árvore artificial é uma torre muito alta e em vez de folhas ela tem placas horizontais por onde o ar passa.

As placas estão cobertas por uma substância química simples, que absorve gás carbônico em grande quantidade: três quilos por segundo. Em um ano, a árvore artificial tira do ar o gás expelido por quinze mil carros.

Uma ilustração, produzida para um documentário sobre o aquecimento global, mostra uma árvore artificial limpando o ar no Central Park, de Nova York. Parques de árvores artificiais seriam espalhados pelo planeta.

Segundo Klaus Lackner, 250 mil árvores artificiais seriam suficientes para absorver todo o gás carbônico produzido pela queima de combustíveis. Com isso, o aquecimento progressivo da atmosfera seria interrompido.

O cientista não tem ainda um protótipo para testar a idéia, mas espera que dentro de cinco a dez anos as primeiras árvores artificiais comecem a ser instaladas. E, se tudo der certo, a partir de 2050, com parques artificiais espalhados pelo mundo, o efeito estufa poderia deixar de ser um problema.

O reaproveitamento do carbono retirado do ar pelas árvores artificiais cobriria com vantagem o custo do projeto.

Mas outros cientistas, embora aprovem a idéia de retirar gás carbônico do ar, criticam o projeto da árvore artificial. Alegam que a energia necessária para manter as árvores e aproveitar o carbono absorvido tornaria o projeto inviável economicamente.

E até o doutor Lackner concorda que o mais importante é começar logo a reduzir drasticamente a queima de combustíveis, o que já pode ser feito.

Disponível em: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL695151-15605,00.html
Acesso em: 15 fev. 2011.

Postado por: Regina Guimarães

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